CBTE apresenta projeto inclusivo na TV Senado durante audiência sobre agenesia de membros

Entre as iniciativas destacadas, estão a impressão de próteses para doação e parcerias para a produção de tecnologias assistivas voltadas à inclusão social

 

A criação do Dia Nacional de Conscientização sobre a Agenesia de Membros (PL 3506/2020) foi debatida, nesta segunda-feira (20), na Comissão de Direitos Humanos do Senado. A audiência também foi palco para a apresentação de um projeto da Câmara Brasileira de Tecnologias Educacionais, que propõe o uso estratégico de tecnologias assistivas para promover autonomia, inclusão e protagonismo social.

O presidente da Câmara, Wallas Nunes, destacou o potencial transformador da iniciativa, que pretende capacitar jovens e pessoas com deficiência atendidas pela APAE do Distrito Federal para produzir próteses, cadeiras de rodas e outros dispositivos personalizados com baixo custo.

Hoje, a tecnologia está ao alcance de todos. Com as mesmas plataformas utilizadas fora do país, é possível desenvolver uma prótese funcional por cerca de 100 reais. O desafio não é o acesso à tecnologia, mas formar pessoas para usá-la com propósito social”, afirmou.

                                Presidente da Câmara, Wallas Nunes – Reprodução: Tv Justiça

 

A proposta foi apresentada durante a audiência que discutiu o projeto de lei para instituir 25 de agosto como o Dia Nacional de Conscientização sobre a Agenesia de Membros. A data já integra o calendário oficial do Distrito Federal desde 2021 e surgiu a partir de uma mobilização liderada por Ricardo Paulin, pai de uma menina que nasceu sem uma das mãos. Ele é fundador da Associação Lelê, que apoia famílias e busca ampliar a circulação de informações sobre a condição.

Para a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que presidiu a audiência, a iniciativa mostra que comunidades locais podem ser protagonistas na criação de soluções acessíveis. “Não precisamos importar tudo pronto. Eles podem muito bem fazer a própria capivara deles”, disse, em tom descontraído.

Além da Câmara Brasileira de Tecnologias Educacionais, a Universidade de Brasília apresentou um projeto desenvolvido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. O professor Renan Balzani coordena uma equipe que produz próteses em impressoras 3D para doação, com custo entre R$ 50 e R$ 100. “Essas próteses são mecânicas e funcionais. Quando a criança movimenta o punho ou o cotovelo, o mecanismo permite abrir e fechar a mão”, explicou.

Os debatedores defenderam que experiências como essas sejam estimuladas e replicadas pelo poder público em todo o país. Também cobraram mais investimentos para que o Sistema Único de Saúde ofereça atendimento integral às pessoas com agenesia de membros, incluindo suporte psicológico. A notificação compulsória de nascimentos com a condição também foi sugerida.

Mais do que desenvolver equipamentos, queremos formar cidadãos. Queremos mostrar que o Brasil tem talento e capacidade. O desafio está em formar pessoas, especialmente os jovens, para usar essas ferramentas com propósito social, reforçou Wallas Nunes.

Se aprovada na Comissão de Direitos Humanos sem alterações, a proposta que institui o Dia Nacional de Conscientização sobre a Agenesia de Membros poderá seguir diretamente para sanção presidencial.

Autor:  O Panorama

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